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SAWAYA, VIDA URBANA E DEMOCRACIA

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SAWAYA, VIDA URBANA E DEMOCRACIA Entre um processo e outro no domingo, resolvi passar na exposição de estátuas de lego com as crianças. Esperava-se chegar ao final à conclusão de que a criança poderia fazer sua própria escultura. Mas, encontrei muito mais do que isso!! Obra prima é aquilo que é genial por mostrar o domínio da arte de seu tempo, fazendo a ligação do humano com a arte e seu tempo. Posso dizer que vimos obras-primas! Além do talento e paciência, o escultor tem que compensar as limitações das peças retangulares e quadradas para dar expressão, aparentar o curvo e o redondo em suas criações. Ele conseguiu! Além da beleza, encontram-se os sentimentos de quem vive numa grande cidade: a sensação de isolamento, de esforço incessante, de repetição sem resultado. Mas, curiosamente, a mensagem geral é bastante positiva. O autor nos dá a sensação de algo que a democracia e a liberdade permitem. Uma pessoa qualquer, com vontade e determinação pode alcança

A REPERCUSSÃO DO CONHECIMENTO

Encontramos uma espécie de revisionismo histórico em que fatos são diminuídos de importância, a história oficial é tida por incompleta e parcial e novidades são incluídas no mundo como se fossem relevantes. Muitos temas têm sido revisitados, mas vamos destacar alguns. Na história oficial, quem descobriu a América foi Cristóvão Colombo, quem descobriu o Brasil foi Pedro Álvares Cabral e quem descobriu a Austrália foram os holandeses. Muitas teorias surgiram, algumas baseadas em fatos, outras em indícios. Os autores que enaltecem o contato dos povos pré-colombinaos com outras culturas do Velho Mundo são chamados de difusionistas. Já foi provado que um grupo de viquingues (em português) liderados por Leif Ericson montou uma colônia na Groenlândia e, a partir daí, chegou ao atual Canadá, em Terra Nova, por volta do ano 1000 d. C.. Há um parque nacional com os restos do assentamento viquingue em solo canadense reconhecido como patrimônio da Humanidade pela Unesco ( L'Anse aux M

POR QUE SETEMBRO É O MÊS NOVE E NÃO SETE?

A influência romana faz-se sentir na cultura até nossos dias. Uma das mais interessantes delas é a do nome dos meses no calendário. Plutarco, autor das “Vidas Paralelas”, obra que narra a biografia de grandes personalidades romanas e gregas antigas, narra uma parte dessa história. Após o primeiro rei de Roma – Rômulo, os romanos escolheram como rei um homem de grande conhecimento e nítida influência dos seguidores de Pitágoras - Numa. Foi um rei importante por ter organizado diversos procedimentos dos rituais empregados em Roma. Um de seus objetivos era diminuir o ímpeto guerreiro dos romanos e uma forma simbólica de fazê-lo era pela mudança do próprio calendário. O calendário romano tinha 10 meses, os primeiros dedicados aos deuses e os últimos referindo-se à mera ordem dos meses. O primeiro deles (março) era dedicado a Marte, deus da Guerra. O autor antigo especula sobre os nomes dos demais meses. Abril seria o mês dedicado a Afrodite,  período do ano, no Hemisfério Norte, em

POR QUE ESCOLHEMOS O CANDIDATO "MENOS PIOR"* NAS ELEIÇÕES?

Pela luta de muitos, temos no Brasil e no Ocidente, em geral, a democracia com sufrágio universal. O sufrágio universal significa que, fora poucas pessoas (menores de idade, idosos em elevada idade, estrangeiros, suspensos de direitos políticos), a esmagadora maioria das pessoas concorre e participa do pleito político. Se todos participam, todas as classes sociais, segmentos econômicos, ramos de ONG´s, bairros e comunidades vão influenciar na escolha do governante. O que devemos discutir agora é o que acontece nas eleições majoritárias quando todas as classes sociais e grupos de interesse participam do pleito eleitoral. Nesse ambiente de concorrência total, nenhum candidato pode se eleger prefeito, governador ou presidente sem contar com o apoio de parte de todas as classes sociais. Logo, os candidatos não se representam mas representam, seja pela convicção, seja pelos compromissos assumidos, uma série de compromissos de interesses parciais de cada segmento. Aquele que consegue ma

PESQUISA PARA O DESENVOLVIMENTO OU PARA O INTELECTUAL?

A Folha de São Paulo tem acompanhado todo domingo as discussões sobre a nova base curricular promovida pelo Ministério da Educação - MEC e um dos tons da discussão é se o conhecimento ou a pesquisa deve ser pura ou voltada para a prática. A contraposição nos faz lembrar a história de um grande pensador da humanidade - Arquimedes. Arquimedes era um gênio que, perdido em seu pensamento, esquecia de comer e tomar banho. Após uma de suas principais descobertas saiu correndo pelado por Siracusa. Naturalmente, o simpático gênio pensava que a resolução pura de equações e problemas matemáticos era uma finalidade em si e que as máquinas que poderiam ser desenvolvidas como consequência prática do pensamento eram de menor importância. Podemos nos ancorar na opinião do gênio e sustentar que realmente a pesquisa pura e abstrata é que deve ser buscada, mas não é o que realmente acontecera. O gênio era parente do Rei Hieron ou Hierão de Siracusa (variação que dependendo da tradução). O vivo mona

A EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL E A DEMOCRACIA DE SUFRÁGIO UNIVERSAL

Uma das grandes conquistas contemporâneas foi o desenvolvimento da democracia com acesso universal. No caso brasileiro, embora lembremos com carinho da própria Constituição de 1988, ela foi alcançada após o movimento das “Diretas Já” com o acesso dos analfabetos ao voto, o que ocorreu com a Emenda Constitucional n. 25/1995. O ciclo de ampliação da participação no Brasil fora completado com o último grande grupo que faltava incluir no colégio eleitoral. Relembre-se que a ampliação da participação política na história foi a conquista paulatina de direitos de vários segmentos sociais. Vejamos o ciclo até a chegada da quase totalidade de participação dos brasileiros. Na luta contra o absolutismo português, embora com o Poder Moderador, a Constituição Imperial de 1824 admitia a participação política de decisões importantes, mas apenas das camadas mais ricas da população. No chamado “voto censitário”, exigia-se que o eleitor fosse homem e tivesse renda mínima para o exercício do voto

POR QUE LAMENTAMOS A SAÍDA DA INGLATERRA DA UNIÃO EUROPEIA?

Há uma grande sensibilização e susto na decisão dos ingleses de sair da União Europeia. Mas, qual a causa de nosso lamento? Vício da atualidade é tentar fazer leituras de fatos sem entender o início da discussão ou simplificar as discussões com vistos de permanência, bolsas de valores e composição de times de futebol. Após o final da Segunda Guerra Mundial tentou-se fazer a leitura crítica das causas da guerra. Uma delas era o problema econômico-territorial da região da Ausácia-Lorena. Unidos a outros países da Bacia do Rio Reno, a leitura de Alemães e Franceses foi excelente! E se ambos os países compartilhassem as vantagens de ter a região! Surgiram os acordos de integração econômica iniciada pela Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. A ideia da integração foi tendo sucesso e foi-se ampliando a fórmula de sucesso criando a Comunidade Econômica Europeia e depois a União Europeia. O maior ganho da União Europeia é trazer para o âmbito interno as decisões econômicas consideran