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Mostrando postagens de novembro, 2017

O HERÓI MULTITAREFAS - JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA

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Em períodos de crise, a nossa sensação é de luta solitária pelo bem e pelo correto em contraste com o mundo cruel. Na realidade, nosso sentimento é falso! Temos milhões de pessoas pensando em como enaltecer bons valores, com bons projetos e que promovem atividades de relevo. Estátua na Praça do Patriarca no Centro de São Paulo Uma das formas de trabalhar a autoestima do brasileiro é com o resgate de seus ícones e heróis. Muitas pessoas poderiam figurar nessa categoria, mas há um brasileiro que resume muito bem a força do brasileiro: seu nome é José Bonifácio de Andrada e Silva. Claro que todos nós sabemos que ele foi o patriarca da Independência com uma praça central em São Paulo e outra em Santos em sua homenagem, exemplificativamente. Mas nós pouco sabemos sobre sua vida anterior de resistente invasão francesa a Portugal e seu importante destaque no mundo da mineralogia, inclusive descrevendo novos minerais. Também teve colaboração no campo da cultura, pois era poeta. N

A COLUNA DO LARGO DA BATATA - QUEBRANDO A INVISIBILIDADE

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Ao andar pelo bairro de Pinheiros, em especial na Avenida Faria Lima, nos deparamos ao lado do Largo da Batata com uma coluna numa pequena praça chamada João de Nassar. A coluna alta possui na parte superior escultura em bronze de índios, padre jesuíta, mulheres índia e de origem portuguesa e um bandeirante. Mas por que foi colocada essa coluna nesse local? Trata-se da obra de Luiz Morrone de 1971 chamada de Monumento Aldeia de Nossa Senhora de Pinheiros e representa justamente o aldeamento indígena que existiu na região em frente à igreja de Pinheiros. parte de trás do Monumento a Borba Gato (Santo Amaro) Lendo sobre a história de São Paulo, constata-se que, por volta de 1560, os padres jesuítas saíram do centro histórico, construíram novas escolas e deslocaram as aldeias para outras localidades como  Pinheiros  , Itapecerica, São Miguel, Freguesia do Ó e  Ibirapuera . O motivo da mudança seria a série de ataques indígenas contra o aldeamento jesuíta. As incursões hos

ONDE SÃO O ITORORÓ, O CACHA PREGO E A PONTA DA PRAIA?

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“FUI PARA O ITORORÓ, BEBER ÁGUA E não achei, achei bela morena que no Irororó fiquei...” Sempre quis saber onde era o Itororó? Sempre especulei e hoje tenho algumas respostas. Quando comecei a estudar a Guerra do Paraguai em história do Brasil, ouvi falar de Cerro Corá e Itororó como batalhas famosas do Século XIX. Com esse primeiro conhecimento, pensava na rua Cerro Corá, aqui em Pinheiros, como referência à guerra. Estava induzido a pensar que a canção “Fui para o Itororó beber água e não achei, achei bela morena que no Itororó fiquei...” tinha relação com a guerra do Paraguai também. Estava enganado! Depois de um pequeno lapso de tempo percebi  que ficar no teatro da guerra com a bela morena não fazia o menor sentido para quem queria sobreviver e viver feliz. Recentemente, tive notícias mais esclarecedoras. No Museu Casa de  Anchieta, no Páteo do Colégio, no Centro de São Paulo, há uma maquete de São Paulo antiga, em que se incluem as construções antigas, a topografia e, pr

POR QUE "SEM EIRA NEM BEIRA" E “PÉ RAPADO”?

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Um dos fatores curiosos da cultura brasileira é a identificação da classe social a partir de sinais externos à sua condição social. Esse fato pode ser provado no linguajar e nas expressões utilizadas no dia a dia. Quem foi para Parati (RJ), cidades históricas de Minas Gerais ou São Luiz (MA) já ouviu falar nas expressões que envolvem a arquitetura e o telhado da casa. Quem é abastado pode se dar ao luxo de conduzir a água da chuva em seus telhados não só nas telhas, mas para as eiras (pátio interno), por beiras e tribeiras. Assim, o recuo ou queda de status social equivale a “perder as tribeiras”. Se a pessoa não apresenta qualquer qualificação social, “não tem eira e nem beira”. Outra expressão curiosa é a do “pé rapado”. Sempre utilizei a expressão sem fazer ideia do que seja. Pois bem, nos locais menos desenvolvidos, as ruas eram de terra. Quando chovia, havia lama, inclusive para ir às missas nos domingos. Os mais ricos iam de carruagem, montado em cavalo ou for