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Mostrando postagens de julho, 2016

POR QUE ESCOLHEMOS O CANDIDATO "MENOS PIOR"* NAS ELEIÇÕES?

Pela luta de muitos, temos no Brasil e no Ocidente, em geral, a democracia com sufrágio universal. O sufrágio universal significa que, fora poucas pessoas (menores de idade, idosos em elevada idade, estrangeiros, suspensos de direitos políticos), a esmagadora maioria das pessoas concorre e participa do pleito político. Se todos participam, todas as classes sociais, segmentos econômicos, ramos de ONG´s, bairros e comunidades vão influenciar na escolha do governante. O que devemos discutir agora é o que acontece nas eleições majoritárias quando todas as classes sociais e grupos de interesse participam do pleito eleitoral. Nesse ambiente de concorrência total, nenhum candidato pode se eleger prefeito, governador ou presidente sem contar com o apoio de parte de todas as classes sociais. Logo, os candidatos não se representam mas representam, seja pela convicção, seja pelos compromissos assumidos, uma série de compromissos de interesses parciais de cada segmento. Aquele que consegue ma

PESQUISA PARA O DESENVOLVIMENTO OU PARA O INTELECTUAL?

A Folha de São Paulo tem acompanhado todo domingo as discussões sobre a nova base curricular promovida pelo Ministério da Educação - MEC e um dos tons da discussão é se o conhecimento ou a pesquisa deve ser pura ou voltada para a prática. A contraposição nos faz lembrar a história de um grande pensador da humanidade - Arquimedes. Arquimedes era um gênio que, perdido em seu pensamento, esquecia de comer e tomar banho. Após uma de suas principais descobertas saiu correndo pelado por Siracusa. Naturalmente, o simpático gênio pensava que a resolução pura de equações e problemas matemáticos era uma finalidade em si e que as máquinas que poderiam ser desenvolvidas como consequência prática do pensamento eram de menor importância. Podemos nos ancorar na opinião do gênio e sustentar que realmente a pesquisa pura e abstrata é que deve ser buscada, mas não é o que realmente acontecera. O gênio era parente do Rei Hieron ou Hierão de Siracusa (variação que dependendo da tradução). O vivo mona

A EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL E A DEMOCRACIA DE SUFRÁGIO UNIVERSAL

Uma das grandes conquistas contemporâneas foi o desenvolvimento da democracia com acesso universal. No caso brasileiro, embora lembremos com carinho da própria Constituição de 1988, ela foi alcançada após o movimento das “Diretas Já” com o acesso dos analfabetos ao voto, o que ocorreu com a Emenda Constitucional n. 25/1995. O ciclo de ampliação da participação no Brasil fora completado com o último grande grupo que faltava incluir no colégio eleitoral. Relembre-se que a ampliação da participação política na história foi a conquista paulatina de direitos de vários segmentos sociais. Vejamos o ciclo até a chegada da quase totalidade de participação dos brasileiros. Na luta contra o absolutismo português, embora com o Poder Moderador, a Constituição Imperial de 1824 admitia a participação política de decisões importantes, mas apenas das camadas mais ricas da população. No chamado “voto censitário”, exigia-se que o eleitor fosse homem e tivesse renda mínima para o exercício do voto