A COLUNA DO LARGO DA BATATA - QUEBRANDO A INVISIBILIDADE
Ao andar pelo bairro de Pinheiros,
em especial na Avenida Faria Lima, nos deparamos ao lado do Largo da Batata com uma coluna numa pequena praça chamada João de Nassar. A coluna alta possui na parte superior escultura em bronze de índios, padre jesuíta, mulheres índia e de origem portuguesa e um bandeirante. Mas por que foi colocada
essa coluna nesse local?
Trata-se da obra de Luiz Morrone
de 1971 chamada de Monumento Aldeia de Nossa Senhora de Pinheiros e representa
justamente o aldeamento indígena que existiu na região em frente à igreja de
Pinheiros.
parte de trás do Monumento a Borba Gato (Santo Amaro) |
Em matéria “Os primeiros donos da terra”, por ocasião dos 450 anos de Pinheiros, a Gazeta de Pinheiros publicou matéria destacando que no período da lavra do ouro em
Minas Gerais, a região foi praticamente despovoada e os índios passaram para as
vilas nas regiões das minas. Mencionou que por volta de 1819, em referência à obra de Auguste de Saint
Hillaire (Viagem à Província de São Paulo), praticamente já não mais existiam
índios na antiga região do aldeamento em Pinheiros. A mesma matéria cita como última referência aos índios, a queixa
feita por eles à Câmara Municipal em 1833.
Se as primeiras ocupações do
bairro foram decorrentes do aldeamento no Largo da Batata, o Monumento Aldeia
de Nossa Senhora de Pinheiros está coerente com a história do bairro e dá destaque
a fato importante que deve ser preservado. Na correria do dia a dia, cabe-nos
apreciar o marco que nos lembra a origem do bairro.
Posteriormente, quando a região foi
alcançada pelo crescimento da cidade, o bairro de Pinheiros possuía construções
mais antigas, o que não permitiu a tomada pelas construções de alto padrão dos
arredores. No bairro, instalaram-se indústrias e a linha de trem, por isso abundavam
casas de operários e classe média. Há destaques na obra sobre os bairros de São Paulo de Ponciano
à importância da Sociedade Hípica Paulista e da Cooperativa Agrícola de Cotia
que tiveram bastante importância para a atração de pessoas e atividades para as imediações.
Bibliografia:
Gazeta de
Pinheiros, Os Primeiros Donos da Terra, de 13 a 19 de agosto de 2010.
PONCIANO, Levino. Bairros Paulistanos de A a Z, São Paulo:
Ed. Senac São Paulo, 2001, p. 164 e 165
PRADO JR., Caio. A Cidade de São Paulo: Geografia e História,
São Paulo: Editora Brasiliense, 1998, pp. 21, 70 e 71.
TAUNAY, Affonso de E.. História da Cidade de São Paulo, Estante Histórica, São
Paulo: Edições Melhoramentos, [...], p.21.
Consulte mais sobre o tema:
Acervo Artístico e Cultural da Prefeitura de São Paulo, http://www.acervosdacidade.prefeitura.sp.gov.br/PORTALACERVOS/ExibirItemAcervo.aspx?id=401837 , consultado em 16 de novembro de 2017.
Exposição Revela História de Pinheiros, http://gazetadepinheiros.hospedagemdesites.ws/cidades/exposicao-revela-historia-de-pinheiros-19-09-2014-htm, consultado em 16 de novembro de 2017.
Fotos Guardam a História de Pinheiros para o Futuro, http://gazetadepinheiros.hospedagemdesites.ws/cidades/fotos-guardam-a-historia-de-pinheiros-para-o-futuro-17-08-2012-htm , consultado em 16 de novembro de 2017.
História de Pinheiros Ressurge em Meio A Obras, http://gazetadepinheiros.hospedagemdesites.ws/cidades/historia-de-pinheiros-ressurge-em-meio-a-obras-06-08-2015-htm , consultado em 16 de novembro de 2017.
Monumento Aldeia de Nossa Senhora de Pinheiros, http://www.monumentos.art.br/monumento/monumento_aldeia_de_nsra_de_pinheiros, consultado em 16 de novembro de 2017.
O Bairro Mais Antigo de São Paulo
– A História de Pinheiros, http://www.saopauloinfoco.com.br/bairro-de-pinheiros/, consultado em 19 de novembro de 2017.
Outras referências sobre a formação de aldeias indígenas que deram origem a bairros e cidades:
ResponderExcluirLogo que se fundou a Capitania de S. Paulo no ano de 1560, os Guaianás oriundos de Piratininga, e mais índios ali moradores, vendo que iam concorrendo portugueses, e ocupando suas terras, mudaram-se dos subúrbios da vila, fundando as duas aldeias de S. Miguel e de Pinheiros; a 1a ao norte da , na distância de quatro léguas, na Margem esquerda do rio Tietê; e a 2a ao sul da mesma em distância de uma légua na margem direita do Rio Pinheiros. As outras tiveram o seu nascimento umas pelos mesmos tempos, outras muito depois. Tais foram Barueri, Conceição dos Guarulhos (hoje freguesia), aldeinha da Escada (Guararema), e São João de Peruíbe na marinha.
Os jesuítas, que sempre tiveram o maior cuidado em possuir índios, deram origem às aldeias de Carapicuíba, M´Boi (Embu), Itapecerica, Itaquaquecetuba, e S. José (dos Campos), hoje vila.
(...)
Estas são as aldeias desta Província, além da de S. João de Queluz, fundada pelo mesmo Capitão-General Melo no ano de 1800, em que fez chamar para ela o gentio que habitava a margem esquerda do Rio Paraíba, (...)
TOLEDO RENDON, José Arouche. Obras, Coleção Paulística, vol. III, São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 1978, p. 38 e 39.