QUEM É REBOUÇAS?
Nos
registros da prefeitura de São Paulo, a Avenida Rebouças foi batizada em
homenagem a Antônio Pereira Rebouças Filho, engenheiro, nascido na Bahia em
1839 na cidade de Cachoeira e falecido em 1874.
A Avenida era caracterizada por grandes e belos casarões residenciais que se transformaram em comércio e sede de prestação de serviços. Atualmente, iniciou-se um processo de construção de grandes edifícios comerciais (https://vejasp.abril.com.br/cidades/avenida-reboucas-transformacao/).
A Avenida era caracterizada por grandes e belos casarões residenciais que se transformaram em comércio e sede de prestação de serviços. Atualmente, iniciou-se um processo de construção de grandes edifícios comerciais (https://vejasp.abril.com.br/cidades/avenida-reboucas-transformacao/).
Mas o nome Rebouças poderia ser
homenagem aos 3 membros de destaque da família, talvez a técnica de batizar a via apenas com o sobrenome tenha essa intenção.
Antônio Pereira Rebouças (1798-1880) pai do homenageado, era negro e rábula da
cidade natal (advogado não formado em direito), atividade que desempenhou por atuar em favor do imperador no movimento da Independência e na Sabinada. Na prática da advocacia,
tornou-se um dos expoentes do direito civil, posteriormente elegeu-se deputado
e participou dos debates do projeto de Código Civil de Teixeira de Freitas (http://historiadodireitocivil.blogspot.com.br/search/label/Antonio%20Rebou%C3%A7as). Como
deputado, mudou-se para o Rio de Janeiro, para onde levou seus dois filhos
Antônio Pereira Filho e André que estudaram engenharia na Escola Militar.
Posteriormente, seus filhos foram para a Europa especializarem-se em
engenharia civil na construção de estadas de ferro e portos marítimos. Voltaram
ao Brasil em 1862.
O irmão André esteve na guerra do Paraguai e desenvolveu um torpedo utilizado com sucesso (http://blackinventor.com/andre-reboucas/, http://petcivil.blogspot.com.br/2016/10/30-inovacoes-tecnologicas-que-vieram.html, http://fortalezas.org/index.php?ct=personagem&id_pessoa=2071), foi notável abolicionista, tem escritos sobre economia, organização social, higiene e saneamento, entre outros. Ele também é homenageado em rua André Rebouças, na Vila Nilva, na Vila Jaguara em São Paulo.
Ambos os irmãos tiveram destaque na engenharia do Século XIX e foram grandes empreendedores da época, destacando-se inclusive como empresários.
Retomando o homenageado principal, ele ocupou cargos militares e passou a desempenhar atividades de reparos de fortificações em Santos
(há um complexo esportivo Rebouças que não sei se é em homenagem ao mesmo
Rebouças), Paranaguá e
Santa Catarina.
Uma das
primeiras atividades do tenente Rebouças foi os reparos do conjunto de
fortalezas de Florianópolis em 1863 (http://fortalezas.org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=18).
Em
artigo na revista Ágora, destaca Brandão Januário:
23 anos
depois, 1863, o Forte São João estava em ruínas, estando em andamento um
projeto para a construção de um fortim no mesmo local. Um relatório que saiu no
Jornal O Despertador, de Março de 1864, tendo como título da matéria “Obras
Militares”, registra sobre o andamento das obras do Forte de São João e da
Fortaleza de Santa Cruz, cujos responsáveis eram os Tenentes Engenheiros
Antonio Pereira Rebouças Filho e André Pinto Rebouças.
Em São Paulo, destacou-se pela construção da estrada de ferro de Campinas a Limeira e Rio Claro, da ponte de ferro de Piracicaba.
Sobre
essa ponte, qualifica Cristina Campos (2014, fl. 8):
O projeto da ponte sobre o
Rio Piracicaba trata-se de uma obra de arte, muito mais ligada à construção
civil do que a tecnologia ferroviária propriamente dita. O domínio deste novo
material que conquistava cada vez mais usuários era fundamental no projeto das
estradas de ferro. Rebouças projetou e desenhou pessoalmente a nova ponte, que
foi enviada a Londres para ser executada.
Tão
importante a obra conduzida por Rebouças, que uma cidade (Sumaré) se desenvolveu
em torno da estação de trem que levou seu nome (Sobre Sumaré):
Rebouças,
então Distrito de Paz de Campinas, passou a ser Sumaré por meio de um plebiscito através do decreto 14.334 de
1944, dez anos antes da emancipação. O nome Rebouças foi dado ao povoado em
homenagem a Antônio Pereira Rebouças Filho, engenheiro responsável pela
construção da Ferrovia que corta a região, e a mudança se deveu ao fato de que
não poderia haver mais de um município no Brasil com o mesmo nome (há outro
município no estado do Paraná com o nome Rebouças).
Maior
destaque teve no Paraná, pois foi o projetista e construtor da ferrovia
Curitiba-Paranaguá, obra tida por impossível nos padrões de engenharia da
época, deixando marcas em várias cidades, como em Morretes (http://www.nossolitoraldoparana.com/atrativo/lista/7/1).
Projetou e construiu a Estrada Antonina. Com seu irmão fundou a Companhia Florestal Paranaense nas proximidades da futura ferrovia considerada uma das primeiras grandes madeireiras do Paraná.
Projetou e construiu a Estrada Antonina. Com seu irmão fundou a Companhia Florestal Paranaense nas proximidades da futura ferrovia considerada uma das primeiras grandes madeireiras do Paraná.
Com tamanho destaque na engenhosidade, Rebouças é homenageado em vários Estados do Brasil, sendo homenageado não só na grande avenida de São Paulo, como no principal túnel da cidade do Rio de Janeiro e do bairro de Rebouças em Curitiba. Provavelmente, o centro de entretenimento Rebouças de Santos também deve ser em sua homenagem.
Seu nome também é adotado por Município do Estado do Paraná - Rebouças, cujo símbolo contém um trem:
Vê-se mais uma curiosidade que demonstra o afeto de São Paulo e do bairro de Pinheiros aos grandes brasileiros. Com a homenagem, independentemente da naturalidade da pessoa, mais uma vez se manifesta o espírito de metrópole que conduz a cidade.
Bibliografia:
A Saga dos Engenheiros Rebouças, https://www.geledes.org.br/saga-dos-engenheiros-reboucas/ , consultado
em 29 de abril de 2018.
André Pinto
Rebouças, http://fortalezas.org/index.php?ct=personagem&id_pessoa=2071,
consultado em 29 de abril de 2018.
Antônio
Rebouças, http://educacao.uol.com.br/biografias/antonio-reboucas.htm , consultado
em 26 de abril de 2018.
Antônio
Rebouças, http://www.bahia-turismo.com/cachoeira/antonio-reboucas.htm , consultado
em 26 de abril de 2018.
BRANDÃO
JANUÁRIO, Jefté. A História Das Fortalezas Catarinenses No Século XIX, in
Revista Ágora, Vitória, n. 17, 2013, p. 32-48. http://periodicos.ufes.br/agora/article/viewFile/6080/4426,
consultado em 29 de abril de 2018.
Ferrovia
130 anos: Paranaguá- Curitiba, http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/especiais/ferrovia-130-anos/a-primeira-ferrovia.jpp ,
consultando em 30 de abril de 2018.
Ponte
do Mirante, em Piracicaba, Completa 140 Anos, http://www.ihgp.org.br/ponte-do-mirante-em-piracicaba-completa-140-anos/ ,
consultado em 26 de abril de 2018.
CAMPOS,
Cristina; Engenheiro Antonio Pereira Rebouças Filho e a transferência
da tecnologia ferroviária na Província de São Paulo, Anais Eletrônicos
do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT,
Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
08 a 11 de outubro de 2014, disponível em file:///C:/Users/13585148875/Downloads/Cristina%20de%20Campos.pdf
, consultado em 26 de abril de 2018.
Fazendo
história - Os Engenheiros Rebouças – Os irmãos que promoveram o desenvolvimento
social e infraestrutural no Brasil. http://projetoibraconutfpr.blogspot.com.br/2015/06/fazendo-historia-os-engenheiros.html , consultado
em 26 de abril de 2018.
Fortaleza
de Santana, http://www.guiadepraias.com.br/ponto.php?id=395,
consultado em 28 de abril de 2018.
Morretes, http://www.nossolitoraldoparana.com/atrativo/lista/7/1 , consultado em 29 de abril de 2018.
O
Paraná Segundo os Rebouças, http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/historia/o-parana-segundo-os-reboucas-14nvrhwnwihimmahu56zyl2sa ,
consultado em 29 de abril de 2018.
Viajando
Pelo Brasil: Paraná, http://www.brasilcult.pro.br/brasil_antigo/viajandobr/viajandobr21.htm ,
consultado em 29 de abril de 2018.
QUINTELA,
Sérgio; FARIAS, Adriana. Após anos de degradação, Avenida Rebouças tem expansão
imobiliária in https://vejasp.abril.com.br/cidades/avenida-reboucas-transformacao/, consultado em 5 de novembro de
2018.
SOARES
ROBERTO, Giordano Bruno; O debate entre Teixeira de Freitas e
Antônio Rebouças in Blog História do Direito Civil, http://historiadodireitocivil.blogspot.com.br/search/label/Antonio%20Rebou%C3%A7as , consultado
em 28 de abril de 2018.
Sobre
Sumaré, http://www.encontrasumare.com.br/sumare/ , consultado
em 29 de abril de 2018.
ALONSO, ÂNGELA. Flores, votos e balas: O movimento Abolicionista brasileiro (1868-1888), [São Paulo]: Companhia das Letras, [...], e-book, pagina 15.
SOARES ROBERTO, Giordano Bruno; O debate entre Teixeira de Freitas e Antônio Rebouças in Blog História do Direito Civil, http://historiadodireitocivil.blogspot.com.br/search/label/Antonio%20Rebou%C3%A7as , consultado em 28 de abril de 2018.
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