Por que "Pensamento para o Século XXI"? - UMA INTRODUÇÃO

Nossa atualidade é o universo do muito! Muitos afazeres, muita correria, muita informação, muitos estímulos! Nesse ambiente, há pouco tempo para a participação e para a reflexão de qualquer tipo - intelectual, ética ou espiritual. Paradoxalmente, a consequência do muito, é o pouco! Pouco tempo para conversar, para trocar ideias, para ler espontaneamente, para se reunir em grupos de estudos de caráter técnico ou de diversão e, principalmente, pouco tempo para conversar com os amigos que é um momento privilegiado de difusão e de desenvolvimento de ideias.

Ter pouco tempo não significa que não lemos e não adquirimos cultura, mas significa que o pouco de energia e tempo que temos tem que ser utilizado para leituras que valham a dedicação.
Esse é o espírito da criação do blog. Um espaço de difusão de cultura e curiosidade com a preocupação de citação de fontes para que quem tenha interesse sobre o tema tenha condições de aprofundá-lo. 
Por outro lado, a leitura nos traz um conhecimento que não é imediatamente aplicado em nossas profissões, mas que serve para a vida e para a reflexão cidadã. Se não conseguimos conversar, para que serve a cultura?
Nesse ambiente, o blog desenvolvido tem a pretensão de iniciar o interesse e dar consequência ao conhecimento e cultura. Não devo definir temas, mas, naturalmente, pela minha inclinação, será encontrado nesse espaço virtual reflexões sobre direito, política, cidadania, linguagem, cultura e história.
Mas se o centro das discussões é o passado, por que o blog se chama "Pensamento para o Século XXI"? 
Não há como construir um futuro sólido e profícuo sem entender as causas e fatores determinantes da atualidade. Nossa visão da história e das instituições de política e direito não se voltam para o passado, mas para descobrir no passado trilhas para o futuro. A História não serve para eternizar o passado, mas para compreender os erros anteriores e superá-los, ou entender as pessoas e situações de avanços anteriores e tentar não desprezá-los, não eliminá-los porque não lembramos das causas que o motivaram. 
Resgatar a história é revirar tesouros que podem nos poupar de cometer novos erros já cometidos no passado. 
Também está presente nessa página eletrônica uma vertente de professor. Na atualidade, o professor deixa de ter o aspecto de autoridade que detém a informação a ser repassada, mesmo porque a internet possui excesso de informação boa e ruim e em todos os sentidos imagináveis. Então, qual o sentido do professor na era da informação? É de servir de guia para encontrarmos com maior facilidade conhecimento mais profundo e conexão com a civilização. Se devemos servir como guias, cada citação é a promoção de uma obra, um convite a uma nova leitura que não necessariamente coincida com a visão proposta.
As referências ao local e ao bairro sempre terão um aspecto de porção do total, do reflexo do todo.
A ideia do professor de adultos mais como guia tem sido uma tônica de vários pensadores da atualidade. Como a ideia é servir de guia, repasso dois exemplos de obra nesse sentido. O primeiro é de Jayme Pinski:
Cabe ao professor transformar-se, assumir que não lhe cabe mais simplesmente informar, mas explicar, estabelecer conexão entre o universo cultural dominado pelo aluno e o patrimônio cultural da humanidade. Cabe ao professor ser culto para ter condições de mostrar aos estudantes a rica herança que todos os seres humanos carregamos. Estudantes esses que adquiriram, fora da escola, informações desconexas, insuficientes para situá-los como seres históricos responsáveis, agentes e não pacientes. Agora chegamos ao segundo ponto, Para ter uma base cultural que lhe permita realizar suas novas funções a contento, esse professor precisa estudar, ler muito, ver bons filmes. Não pode transformar a docência numa atividade burocrática, feita sem objetivos e sem entusiasmo.(Jaime Pinski, "Por Que Gostamos de História", São Paulo: Contexto, 2013, pp. 157 e 158)
Outra ideia similar vem expressa no texto de um diálogo entre Dimenstein e Cortella:

Nesta época em que deparamos com uma quantidade enorme de informação, precisamos de curadores do conhecimento que nos apontem caminhos seguros; sem dúvida na era da curadoria.
E o curador é aquele que toma conta, não para seu uso exclusivo, porque nesse caso ele seria o proprietário. O curador é um compartilhador.
(Mario Sérgio Cortella. Gilberto Dimenstein , "A Era da Curadoria – O que Importa é Saber o que Importa!, Campinas/São Paulo: Papirus/7 Mares, 2015, pp. 51, 71 e 72)

O mais interessante da proposta é que ela pode ser feita por qualquer pessoa por iniciativas similares, ou ter a participação e contribuição de cada um nos temas propostos.
Outro fator interessante do blog é que ele permite o texto vivo! Como assim? O texto pode ser atualizado com novas referências, seja no corpo do texto, seja com nova bibliografia, seja com novas observações. Ele pode ser atualizado com agilidade, sempre tendo um texto atual.
Se você leu algum dos textos sobre opinião, instituições, monumentos, pessoas ou simplesmente cultura, espero que satisfaça sua curiosidade. Proponho que leia mais sobre o que gostou e dê sua sugestão a esse autor, seja em texto, seja por mensagens ou, o preferível, pessoalmente em uma boa conversa!

Divirta-se e opine! 

Referências:
PINSKI, Jaime; Por Que Gostamos de História, São Paulo: Contexto, 2013.
CORTELLA, Mario Sérgio; DIMENSTEIN, Gilberto. A Era da Curadoria – O que Importa é Saber o que Importa!, Campinas/São Paulo: Papirus/7 Mares, 2015.

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